Nosso patrono foi um educador baiano. Vejam só a história dele:
Isaías Alves nasceu em 1888, em Santo Antônio de Jesus, cidade do
interior da Bahia. Formou-se em direito em 1910, mas sua vida
profissional direcionou-se para a área da educação. Atuou como professor
do Ginásio do Ipiranga e no Ginásio da Bahia e, em 1926, publicou seu
primeiro livro, Teste Individual de Inteligência. O livro de
Alves defendia a utilidade de testes de inteligência para organizar as
classes escolares de uma forma mais homogênea. O critério a ser
utilizado, além da idade, seria o QI (quociente de inteligência). A
partir do índice, obtido através dos testes, as crianças seriam
agrupadas de acordo com o seu potencial de aprendizagem.
Alves especializou-se nesse assunto no Teacher’s College de Columbia,
Nova Iorque, em 1931, recebendo o título de Master of Arts and
Instructor in Psychology. Neste mesmo ano, foi nomeado Diretor Geral de
Instrução na Bahia e membro do Conselho Nacional de Educação (onde
permaneceu até 1958).
A partir desta especialização, Isaías Alves desenvolveu o trabalho
com testes de inteligência e publicou seu segundo livro sobre o assunto,
Os testes e a reorganização escolar. Neste livro, Alves
apresentou alguns dos resultados das experiências que havia realizado
no Ginásio do Ipiranga, colégio que adquiriu em 1911. Ele também atuou
como subdiretor técnico da Instrução Pública Federal e foi chefe do
Serviço de Testes e Escalas do Distrito Federal, onde trabalhou ao lado
de Anísio Teixeira1.
Em 1934, passou a atuar como assistente técnico do Departamento
Nacional de Educação e em 1938, foi nomeado secretário de Educação e
Saúde da Bahia, mesmo ano em que seu irmão, Landulfo Alves, assumiu a
interventoria do Estado.
Em 1941, ainda na Secretaria, Isaías Alves, junto com outros
professores e intelectuais baianos, fundou a Faculdade de Filosofia da
Bahia. Em 1942, ano em que a Faculdade começou a funcionar efetivamente,
Isaías Alves deixou o cargo de secretário e passou a atuar
exclusivamente nesta instituição, que dirigiu e onde ministrou aulas.
Foi na Faculdade de Filosofia da Bahia que, aos 70 anos, Alves encerrou
suas atividades profissionais.
A fundação desta Faculdade atendia à necessidade de uma formação mais
específica para os professores do ensino secundário. Segundo Dias
(2008: 250), Alves esperava que essa orientação “propiciaria a formação
de uma ‘consciência profissional’ própria, mas que deveria ter o mesmo
prestígio social de outras categorias profissionais liberais, como os
médicos, advogados e engenheiros, por exemplo”.
Matéria publicada originalmente no site:
http://cpdoc.fgv.br/mosaico/?q=artigo/isa%C3%AD-alves-atrav%C3%A9s-de-seu-arquivo-pessoal-possibilidades-de-leitura
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